segunda-feira, 8 de novembro de 2010

É hora de organizar a luta para 2011

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Convocatória do “Encontro em defesa da classe trabalhadora”,

Na Fábrica Ocupada Flaskô, em Sumaré/SP, em 11 e 12 de dezembro de 2010

Companheiro(a)s,

Com a crise do capitalismo, os ataques contra os trabalhadores se intensificam. Redução de direitos, demissões em massa, enxugamento do Estado, cortes fiscais entre outras medidas da burguesia contra os trabalhadores. É o que temos visto em todos os países da Europa, como França, Inglaterra, Espanha, Grécia, etc. É o que temos visto também nos países orientais, como China e Japão. E é o que temos visto, inclusive nos EUA, centro do capitalismo imperialista. Na América Latina, os enfrentamentos dos trabalhadores com os capitalistas continuam. É o que vemos na Venezuela, onde revolução e contra-revolução se enfrentam diariamente. O mesmo podemos dizer na Bolívia, Equador, Paraguai, Argentina. Por isso, a luta dos trabalhadores deverá se fortalecer no próximo período, seja para resistir contra estes ataques, seja para impor a derrota ao capital e construir o socialismo!

Mas, e no Brasil, como andam a luta de classes? A crise do capitalismo deverá se intensificar, e chegará com mais força ao Brasil. Estamos preparados para resistir contra novos ataques e organizar uma nova ofensiva? As dificuldades são grandes e novos desafios se colocam para a classe trabalhadora. Há uma aparente calmaria por conta da bolha de crédito e dos programas de transferências de rendas. Mas não nos enganemos. Há muita coisa por trás desta fumaça.

Para qualificar nossa organização nos desafios que nos cercam, convocamos todas as entidades sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, organizações de bairros, todos os companheiros e companheiras, comprometidos com a defesa da classe trabalhadora e popular para participar do “Encontro em defesa da classe trabalhadora”, a ser realizado na fábrica ocupada Flaskô, nos dias 11 e 12 de dezembro de 2010, sábado, a partir das 9h00, para discutirmos a conjuntura e as perspectivas para a classe trabalhadora no enfrentamento com o capital. Em dezembro de 2009, nos reunimos, e realizamos um grande encontro, com mais de 300 pessoas presentes. Este encontro é para dar continuidade aos encaminhamentos do ano passado e, ir além, diante das tarefas que nos impõem.

No Movimento das Fábricas Ocupadas, em especial na Flaskô, os ataques continuam cada vez mais fortes. Somente neste ato, quando completamos em junho sete anos da gestão democrática dos trabalhadores, sofremos diversas tentativas de fechamento da fábrica, com pedido de falência, penhoras de faturamento, sem contar toda a criminalização. Estamos diante de um novo ataque contra a gestão operária. A burguesia não aceita que uma fábrica esteja sob o controle operário, organizando e unificando os trabalhadores, impondo conquistas sociais históricas da classe trabalhadora, como a jornada de trabalho de 30 horas semanais sem redução de salários, enfim, construindo um salto de qualidade no processo de consciência da classe, que percebe que não precisa dos capitalistas. Não é pouca coisa, especialmente, ao vermos as dificuldades com a campanha para conquistar em lei a redução para as 40 horas. O capital se desespera e exige repressão. Como disse o Juiz ao decretar a intervenção na Cipla e Interfibra, fábricas sob controle operário em Joinville/SC, “imagine se a moda pega?”. Da mesma forma tem sido as respostas negativas contra a declaração de interesse social da Fábrica ocupada Flaskô.

Portanto, o Estado, em todas suas esferas, se não bastasse não acatar as reivindicações dos trabalhadores da Flaskô, criminaliza do Conselho de Fábrica e as lideranças, diz que a reivindicação da estatização sob controle operário “não está no cardápio, pois abriria precedentes”. Ora, é isso justamente que queremos. Queremos que se abram precedentes e se venha uma grande onda de ocupações de fábricas, que, somadas as ocupações de terra, de moradia, de estradas, de universidades, de prédios públicos, etc., mostrem que, somos nós, classe trabalhadora, que “fazemos movimentar a engrenagem” desta sociedade, e que não aceitaremos mais as condições que estão postas, e contra-atacaremos. Este deve ser a perspectiva de todos os movimentos sociais.

Desta forma, o combate do MST é fundamental para denunciar agronegócio. A luta do MTST e demais movimentos de moradia é essencial para combater a especulação imobiliária e os interesses das empreiteiras. As campanhas pela Petrobrás 100% estatal e pelo controlado democrático popular do Pré-Sal são fundamentais neste próximo período. Da mesma forma, a luta pela reestatização da Embraer, da Vale e das Ferrovias serão importantíssimas para a discussão do papel do Estado e da planificação econômica. Na luta sindical, deve ser feito um grande combate contra os interditos e a criminalização da greve, forma encontrada pelo capital para tentar barrar o movimento operário. Junto à isso, somemos a luta pela democratização dos meios de comunicação, fortalecendo instrumentos próprios de agitação, propaganda e formação.

Por tudo isso, temos que nos organizar contra os ataques que virão, neste enfrentamento entre capital-trabalho e, da mesma forma, impor novas conquistas em direção à construção de um governo socialista dos trabalhadores!

Para isso, é necessário o fortalecimento de nossos laços de unidade, de organização e solidariedade. É o que propomos com o presente encontro.

Segue a programação do Encontro:

Sábado, dia 11 de dezembro

8h30-9h00

Inscrição e café da manhã

9h00 – 11h00

Análise de Conjuntura: Serge Goulart

11h00-12h30

Criminalização dos Movimentos Sociais (MST, MTST, ABRACO e Fábricas Ocupadas)

12h30-14h00

Almoço

14h00-15h30

Flaskô: A estatização sob controle operário e a campanha pela declaração de interesse social

16h00-18h30

A luta pela (re) estatização: Embraer, Vale, Petrobras, Ferroviários

18h30-20h00

Documentários: Embraer, Vale, Petrobras, Flaskô, MST, MTST

20h00-21h30

Peça de teatro “A Exceção e a Regra” de Bertolt Brecht com grupo Coletivo Núcleo 2

21h30-23h00

Show “Somo Black”

Domingo, dia 12 de dezembro

9h30-12h30

Cultura, Educação e Comunicação: (Fábrica de Cultura, Comunicadores Populares, Coletivo Miséria, ABRACO, MIS, Cursinhos Populares, entidades do Movimento Estudantil, Universidade Popular, grupo de teatro Cassandra, Comitê de Artistas, MTD, ENFF)

12h30-14h00

Almoço

14h00-15h00

Comissão de Sistematização e Leitura da Carta Final

Contamos com a presença de todo(a)s! Dias 11 e 12 de dezembro, a partir das 9h00

Convidamos à todas entidades e movimentos a assinarem a carta convocatória.

Acompanhe as notícias preparatórias pelo site: www.fabricasocupadas.org.br

Entrem em contato conosco:

mobilizacaoflasko@yahoo.com.br (19) 9738-7283 (Fernando) / (11) 9930-6383 (Pedro)

Quando o campo e a cidade se unir, a burguesia não vai resistir!

Viva a unidade da classe trabalhadora! Socialismo ou barbárie, venceremos!

Sumaré, 30 de novembro de 2010

Movimento das Fábricas Ocupadas – Conselho de Fábrica Flaskô

Primeiros assinantes apoiadores desta convocatória:

Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo

Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro

Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul

Sindicato dos Vidreiros de São Paulo

Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra

Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto

Movimento dos Trabalhadores Desempregados

Mandato do Vereador Roque Ferreira do PT de Bauru-SP

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